domingo, 26 de setembro de 2010

És tu... O meu ser...

És tu quem me protege nos momentos de loucura.

És tu quem me apazigua nos momentos de solidão.

És tu quem me faz pensar que a vida na verdade poderão ser dois dias. Num passamos a crescer. No outro a chorar. Viver uma misera e estúpida vida, que cada vez que nos tentamos erguer, alguém nos consegue puxar para junto de si, na sua merdosa e tristonha vida, onde nos preocupamos com o que os outros dizem. O que pensam. O que fazem.

És tu quem me motiva e faz ter o sentimento de pena, para quem na vida se limita a viver aquilo que socialmente é aceitável ou não. Aqueles que se dizem donos e senhores da palavra e do pensamento. Vivem que nem porcos num monte, onde só não se comem uns aos outros porque alguém lhes disse que a carne humana não é nada boa. Pode provocar indigestão.

É a velha história do "diz que disse", e do "disseram que é errado". Afinal de contas, os meus neurónios (os poucos que ainda restam desta vida intensa) servem para ser exercitados ou simplesmente para seguir o que querem que eu siga?

Mas louco sou eu. Pois de quem eu gosto, se necessário, até ás paredes confesso.

A vida é feita para a vivermos, não para sobrevivermos. As contrariedades devem ser encaradas como metas, não como barreiras. O ser humano foi criado para pensar, não para se deixar levar.

sábado, 25 de setembro de 2010

O Comboio

Certo dia estava eu em viagem de comboio com destino a essa grande cidade que é a do Porto.

Quando dou por mim estou de conversa com uma senhora que aparentava ter os seus 70 anos. Bem apresentada, com um ar muito juvenal e de imensa vivacidade. Ia eu, nessa tarde, conhecer alguns dos meu ídolos televisivos daquela altura.

O seu nome nunca o soube. Sem grandes contemplações, ela sentiu confiança para me contar alguns episódios da sua vida, que de imediato percebi, era cheia de situações caricatas sinónimo de quem usufruiu daquilo que, no seu entendimento, teria que usufruir. Contou da sua primeira bebedeira, das festas e romarias que, juntamente com as suas amigas, participavam com intuito de se divertirem.

Meia dúzia de risadas. Conversa puxa conversa. Perguntou-me se tinha irmãos, respondendo eu de imediato que sim. Reparei que a sua alegria nos contos baixava, e perdia ênfase nas suas histórias quando tinha de se referir aos seus irmãos. Não percebi, mas não deixei de dar atenção aos mil e um episódios caricatos que aquela simpática senhora me contava. Até que, a meio de uma história, me pergunta, com um brilho lacrimejante no olhar: "Amas os teus pais?". Respondi, com um enorme sorriso:" Sim, mais que tudo na vida...".

Alguns minutos de silencio se seguiram.

Entretanto, e já chegados a S. Bento, essa simpática senhora, olha nos meus olhos, e dispara com o comentário: "Benditos os filhos que olham os seus pais como se de deuses se tratassem. Benditos os pais que tratam os seus filhos sem esperarem nada em troca."

Virou costas. Sem se despedir foi-se embora plena avenida dos Aliados acima. Nunca mais vi essa simpática senhora.

No dia em que iria conhecer as pessoas que marcavam a minha vida, acabei por conhecer a pessoa que mais a marcou.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Uma História

Todo o ser tem uma história.

A minha história, poucos a sabem. Pelo menos na sua totalidade. Carregarei sempre comigo até ao final dos meus dias única e simplesmente a minha história. O meu conto. Família, amigos, conhecidos e desconhecidos, eles são as personagens, e fazem com que eu seja a personagem central, principal, de uma vida que a cada um diz respeito, e que cada um leva da forma que bem entende, mas que, por um simples acto, um simples sorriso, interferem e influenciam a minha história.

A minha história é só minha. Alguns episódios, são de toda a gente. Queiram ou não, para sempre estarão presentes no meu conto, apesar de muitas vezes nem darem por isso.
Todas as minhas vivências se farão sentir no seu desfecho, mas, de uma coisa estou certo:
"A minha História marcará todos aqueles que estão envolvidos"