quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Triste verdade...

A vida que vivo, é só minha...

Cabe-me decidir quem quero que entre na minha vida. Quem quero que sejam os intervenientes, e que papel eles terão a curto, médio e longo prazo. Tudo isto é muito fácil de dizer, mas muito difícil de aplicar numa realidade em que somos dependentes da vida dos outros. Realidade esta que nem sempre é a que pretendíamos.

Invade-me um medonho sentimento de nostalgia, sempre que olho para trás e vejo por tudo o que já passei. Por tudo o que já vivi. Por tudo em que fui feliz. Mas a vida não é um mar de rosas, e quando menos esperamos somos confrontados com duras e cruéis realidades.

Diz um velho ditado: "A distancia trás a saudade, mas nunca o esquecimento..."
Como é possível em determinados momentos um pensamento destes ser tão falso?

Aí à uns tempos defrontei-me com uma situação em que demonstrei a minha tristeza por não ser convidado pelos meus "amigos" de infância para alguns encontros que faziam na altura.

Qual não é o meu espanto que a resposta de pronto obtida foi: "Quem não é visto, não é lembrado..."

Doeu. Doí. Irá doer durante imenso tempo. Mas de uma coisa estou certo, para além de um gigantesco abre olhos, esta situação, deixou-me um enorme ensinamento.

"A pessoa que erra a primeira vez, poderá errar a segunda por inocência, mas terceira, ou é por maldade ou por estupidez..."

Não sou a pessoa mais perfeita do mundo, mas esforço-me para não cometer o mesmo tipo de erros e para que os meus verdadeiros amigos não os cometam.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Critica

Estuda desde muito novo, mas na verdade sente que aprendeu muito pouco. Carrega mais uma série de experiências, mas delas, fica simplesmente, a recordação das coisas boas ou más que aprendeu. Vive intensamente, mas muita intensidade tira-lhe o fôlego. Tem muitos conhecidos, mas amigos são poucos, e por vezes insuficientes. Vive para as pessoas, mas as pessoas vivem só para elas. Gosta de praticar desporto, mas o desporto em pouco o faz mudar. Adora viver a vida, mas a vida por vezes não gosta muito que ele a viva. É muito viajado, mas na verdade quase nunca saiu de casa. Frequenta a Universidade, mas da Universidade pouco retirou, Vive na noite, mas na noite a vida confunde-se com os vultos. Utiliza as palavras, mas todas elas são poucas para dizer o que pretende. Anda acompanhado, mas a solidão é a sua melhor companhia.

Escreve tudo isto, mas pouca coisa lhe faz sentido...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quase amor.

Olhei para ti...

Contemplei a tua beleza. Vi a perfeição. Tudo em ti é belo. Os olhos. O nariz. Até aquele sinal junto do lábio é perfeito. És a perfeição. Mesmo o cravo na mão. O dedo que é torto. Fazem de ti uma obra-prima. Criação de Deus naquilo que de mais belo existe no ser: A Mulher.

Qual altar. Qual divino. Nos meus pensamentos és muito mais que qualquer mitologia. Nos meus pensamentos és a tal. A certa. A minha razão de continuar com esta estúpida vida, que faz de mim ainda mais estúpido por escrever isto.

Imagino-me a teu lado. Seres feliz comigo. Construirmos o nosso conto de fadas. Ter filhos. Ver-te grávida e continuar a contemplar a tua beleza.

Finalmente conheço-te. Continuo em fascínio. Conversamos. Conhece-mo-nos. Bebemos uns copos. Convidas-me a sair contigo.

Passo uma noite de sonho, na qual me desfaleço de quando em vez, até que adormeço de exaustão.

No dia seguinte, acordo. Vejo-me ao espelho. Observo-me e penso: És apenas mais uma!

De manhã...

Uma noite, depois de alguns exageros, foste-me apresentada por um amigo em comum.

Digamos que essa noite, foi perfeitamente normal, tendo em conta a forma como vivia esses tempos. Consumos em exagero, amigos, e muita vontade de viver e desfrutar a vida. Nada parecia faltar.

Drogas, álcool, boa companhia. Que mais poderia querer um adolescente de 18 anos?

Copos bebidos. Charros fumados. Caminhamos em direcção ao "infinito" que a noite pode oferecer. Aquelas noites em que somos "atingidos" e os vícios nos retiram a alma. Só o corpo fica. A consciência desaparece com o ultimo copo de whisky.

Loucuras cometidas, acordo. Dia seguinte. Olho em meu redor. Não reconheço o local. Não me é familiar. Olho para o lado. Uma cama de casal. Surges da porta, e dizes:
" Ainda bem que acordas-te, o meu namorado está mesmo quase a chegar!"

Desilusão

Para quê nos ralarmos com o que se passa com outrem?

É uma pergunta para a qual infelizmente não tenho uma resposta. Uma simples coisa que sei, e que a vida me ensinou, é que existe uma impressionante capacidade de as pessoas, principalmente aquelas por quem temos um mínimo de estima, nos magoar, desiludir, de uma forma bruta, inesperada, até mesmo maldosa, se bem que inocente.

O Homem, ao contrário do que me possam dizer, é um ser que é mau por natureza. Tudo o que acontece por esse mundo fora só prova cada vez mais isso. Mas infelizmente, tenho uma capacidade enorme de me deixar acreditar pelas pessoas. Até prova em contrario acredito que todas as pessoas, mesmo aquelas que erram, tem uma oportunidade de se redimirem. Isso faz cair no mesmo erro, uma vez, outra, e outra, sem parar...

A verdade é que doí. Quanto mais justificações tente arranjar, procurar motivos, essa dor acentua-se ainda mais. Doí. Magoa. Corta a respiração.

Mas muito mais não haverá a dizer. Limito-me a viver a minha vida. Encarar o dia de forma (in)consciente, tranquilo, vivendo cada dia como se fosse o último.

Existem pessoas que de uma forma pura e simples metem-me nojo...

domingo, 26 de setembro de 2010

És tu... O meu ser...

És tu quem me protege nos momentos de loucura.

És tu quem me apazigua nos momentos de solidão.

És tu quem me faz pensar que a vida na verdade poderão ser dois dias. Num passamos a crescer. No outro a chorar. Viver uma misera e estúpida vida, que cada vez que nos tentamos erguer, alguém nos consegue puxar para junto de si, na sua merdosa e tristonha vida, onde nos preocupamos com o que os outros dizem. O que pensam. O que fazem.

És tu quem me motiva e faz ter o sentimento de pena, para quem na vida se limita a viver aquilo que socialmente é aceitável ou não. Aqueles que se dizem donos e senhores da palavra e do pensamento. Vivem que nem porcos num monte, onde só não se comem uns aos outros porque alguém lhes disse que a carne humana não é nada boa. Pode provocar indigestão.

É a velha história do "diz que disse", e do "disseram que é errado". Afinal de contas, os meus neurónios (os poucos que ainda restam desta vida intensa) servem para ser exercitados ou simplesmente para seguir o que querem que eu siga?

Mas louco sou eu. Pois de quem eu gosto, se necessário, até ás paredes confesso.

A vida é feita para a vivermos, não para sobrevivermos. As contrariedades devem ser encaradas como metas, não como barreiras. O ser humano foi criado para pensar, não para se deixar levar.

sábado, 25 de setembro de 2010

O Comboio

Certo dia estava eu em viagem de comboio com destino a essa grande cidade que é a do Porto.

Quando dou por mim estou de conversa com uma senhora que aparentava ter os seus 70 anos. Bem apresentada, com um ar muito juvenal e de imensa vivacidade. Ia eu, nessa tarde, conhecer alguns dos meu ídolos televisivos daquela altura.

O seu nome nunca o soube. Sem grandes contemplações, ela sentiu confiança para me contar alguns episódios da sua vida, que de imediato percebi, era cheia de situações caricatas sinónimo de quem usufruiu daquilo que, no seu entendimento, teria que usufruir. Contou da sua primeira bebedeira, das festas e romarias que, juntamente com as suas amigas, participavam com intuito de se divertirem.

Meia dúzia de risadas. Conversa puxa conversa. Perguntou-me se tinha irmãos, respondendo eu de imediato que sim. Reparei que a sua alegria nos contos baixava, e perdia ênfase nas suas histórias quando tinha de se referir aos seus irmãos. Não percebi, mas não deixei de dar atenção aos mil e um episódios caricatos que aquela simpática senhora me contava. Até que, a meio de uma história, me pergunta, com um brilho lacrimejante no olhar: "Amas os teus pais?". Respondi, com um enorme sorriso:" Sim, mais que tudo na vida...".

Alguns minutos de silencio se seguiram.

Entretanto, e já chegados a S. Bento, essa simpática senhora, olha nos meus olhos, e dispara com o comentário: "Benditos os filhos que olham os seus pais como se de deuses se tratassem. Benditos os pais que tratam os seus filhos sem esperarem nada em troca."

Virou costas. Sem se despedir foi-se embora plena avenida dos Aliados acima. Nunca mais vi essa simpática senhora.

No dia em que iria conhecer as pessoas que marcavam a minha vida, acabei por conhecer a pessoa que mais a marcou.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Uma História

Todo o ser tem uma história.

A minha história, poucos a sabem. Pelo menos na sua totalidade. Carregarei sempre comigo até ao final dos meus dias única e simplesmente a minha história. O meu conto. Família, amigos, conhecidos e desconhecidos, eles são as personagens, e fazem com que eu seja a personagem central, principal, de uma vida que a cada um diz respeito, e que cada um leva da forma que bem entende, mas que, por um simples acto, um simples sorriso, interferem e influenciam a minha história.

A minha história é só minha. Alguns episódios, são de toda a gente. Queiram ou não, para sempre estarão presentes no meu conto, apesar de muitas vezes nem darem por isso.
Todas as minhas vivências se farão sentir no seu desfecho, mas, de uma coisa estou certo:
"A minha História marcará todos aqueles que estão envolvidos"