sábado, 29 de janeiro de 2011

O arrependimento (não) mata

Arrependo-me do que quis fazer e não fiz. Arrependo-me de ser eu. Arrependo-me de não ser eu. Arrependo-me de não te ter dito o que sentia. Arrependo-me de sempre que te via, fazer como se não visse. Arrependo-me de te deixar ir embora. Arrependo-me de não ter ido contigo. Arrependo-me de não ter lembrado o teu aniversário. Arrependo-me de não ter memorizado o teu número vezes e vezes sem conta.

Arrependo-me de não lembrar o tua cor favorita. Arrependo-me de nem sempre lembrar que gostavas de rosas. Arrependo-me de não te ter ligado. Arrependo-me de não responder ás mensagens. Arrependo-me de não lembrar o teu nome completo. Arrependo-me de não saber o teu prato favorito. Arrependo-me de não gostar da tua ingenuidade. Arrependo-me de não teres sido a tal.

Queria que fosses minha companheira, confidente, amiga e, acima de tudo, queria que fosses parte de mim. A verdade é que queria e nunca fiz. Já fiz sem querer, mas neste caso queria e não fiz. E arrependo-me.

Mas, se o tivesse feito, não seria quem sou. Não estaria onde estou. Não conhecia quem conheci. Não gostava de quem gostei. Não sorriria com quem sorri. Não sairia com quem saí. Não estaria com quem estou. Não choraria com quem chorei. Não escreveria o que aqui escrevi.